naturalidade
Campinas (SP)
fontes
Chaves Jr., E. B. Memórias de um teatro - Sessenta anos de história do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (1971)

Contracapa do LP “Ciclo Brasileiro”, lançado pela CBS em 1962.

Entrevista de Anna Stella Schic a Nelson Rubens Kunze. Revista Concerto. Ano VII número 66, setembro de 2001, p.14.

Guimarães, Maria Inês. Homenagem a Anna Stella Schic. Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 118/17 (2009:2). http://www.revista.brasil-europa.eu/118/Schic.html

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. http://memoria.bn.br/

Marcondes, Marcos A. (org) - Enciclopédia da Música Brasileira (2ª ed., 1998). Verbete “Anna Stella Schic”.

Programa de concerto de Anna Stella Schic na Sala Cecilia Meireles em 1974

Programa de concerto de Anna Stella Schic no TMRJ em 13/07/1949

Programa de concerto de Anna Stella Schic no TMSP em 04/07/1949

Site da Academia Brasileira de Música, texto sobre Anna Stella Schic.
http://www.abmusica.org.br/academico.php?n=anna-stella-schic-philippot&id=146

Site da Revista Concerto. Pianista Anna Stella Schic falece na França. 2/2/2009. http://www.concerto.com.br/contraponto.asp?id=171
Atualizado em 14.09.2017
VERBETE

Anna Stella Schic

N. 30 de Junho de 1922
F. 1 de Fevereiro de 2009
Por Alexandre Dias

Anna Stella Schic [também grafado Schick] nasceu em Campinas (SP) em 30 de junho de 1922, e iniciou seus estudos musicais aos quatro anos com Maria Damy de Sousa Santos. Realizou seu primeiro recital solo em 1930, com apenas 7 anos de idade, e, no mesmo ano, apresentou-se no Club Campineiro interpretando obras de Villa-Lobos, Barrozo Netto, Schumann, Dussek, Beethoven, C. P. E. Bach, J. S. Bach, Grieg, Daquin, Schubert e Moszkowski. Ambos os recitais foram registrados na imprensa paulista e carioca, que a saudou como uma revelação do piano. Quando a família se mudou para São Paulo, Schic prosseguiu seus estudos com Joseph Kliass, aluno de Martin Krause, que fora aluno de Franz Liszt.

Apresentou-se pela primeira vez em São Paulo em 1934, no Conservatório Dramático e Musical, e, em 1939, foi a pianista acompanhadora do Orfeão Oswaldo Cruz de São Paulo, com cerca de 500 vozes sob a regência de Mozart Tavares de Lima, em um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ).

Em 1941, fez seu grande concerto de estreia no Theatro Sant’Anna, em São Paulo, interpretando obras de Bach-Liszt, Beethoven, Chopin, Liadoff-Siloti, Mignone, Debussy e Lecuona.

Em 1942, participou do concurso de piano Columbia Concerts, na Escola de Música da UFRJ, com júri presidido por Guiomar Novaes. Interpretou, dentre outros compositores, Mozart e Liadoff-Siloti. Não foi laureada, mas foi destacada na imprensa como um grande talento, e comparada a Antonietta Rudge.

Em 1944, tocou no Rio de Janeiro o Concerto No.1 de Beethoven com a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) sob regência de Ernesto Mehich. Anos depois, em 1963, voltaria a tocar esta obra com a OSB, desta vez sob regência de Pedro Ignácio Calderón.

Em 1945, apresentou-se diversas vezes no programa Ondas Musicais, transmitido por várias rádios cariocas, em que interpretou peças dos franceses Poulenc, Ravel, Fauré, Satie e Debussy, e obras de Rachmaninoff, Shostakovich, Bosmans, Helm, Fructuoso Vianna, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Tajcevic, Scarlatti, Bach-Liszt, Mozart, Couperin, Zipoli, Rameau, Lully e Beethoven.

Em 1946, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro, juntamente com outros intelectuais como Graciliano Ramos, Cândido Portinari, Oscar Niemeyer, e Jorge Amado. Neste ano, a convite do Ministério da Educação e Cultura da Bolívia, apresentou vários concertos, três dos quais com orquestra, sendo elogiada pela crítica. Nesta ocasião, o Governo Francês conferiu-lhe uma bolsa de estudos, que a levou a Paris, onde fez cursos de estética musical, e se aperfeiçoou com a pianista Marguerite Long (1874-1966), especialmente no repertório francês.

Intérprete cada vez mais dedicada à divulgação do repertório brasileiro contemporâneo, executou um programa de primeiras audições de música brasileira em maio de 1947 na sociedade "Musique et Radio", em Paris. Em junho do mesmo ano, foi escolhida para representar a América do Sul em um concerto organizado por Marguerite Long sob os auspícios da Diretoria Geral das Relações Culturais do Governo Francês, em que também se apresentaram outros dez jovens pianistas estrangeiros. Nos meses seguintes, foi contratada para uma turnê de concertos na França, Inglaterra e Tchecoslováquia.

Apresentando primeiras audições e divulgando obras menos conhecidas de compositores dos diversos períodos, principalmente contemporâneos brasileiros e estrangeiros, como Pierre Boulez, tocou em cerca de 30 países como França (Sala Gaveau, Teatro de Champs-Élysées), Inglaterra, Espanha, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Alemanha, Suíça, Holanda, Itália, Rússia, Áustria, Finlândia, Romênia, realizando também diversos recitais nas principais cidades do Brasil. A partir desta época, participaria de diversos festivais internacionais, em cidades como Praga, Buenos Aires, Campos do Jordão e Curitiba.

Depois de ter sido escolhida para inaugurar a Sociedade Franco-Brasileira da Casa da América Latina, em Paris, foi também indicada para ser a primeira artista do Brasil a se apresentar em recital na Rádio-Televisão Francesa. Em seguida, gravou 12 programas para a Radio-Diffusion Française, e várias peças para a rádio BBC.

Em 1949, apresentou-se em recitais solo no TMRJ e no TMSP, interpretando obras de Haydn, Mendelssohn, Prokofieff e Villa-Lobos. No mesmo ano, tocou na cerimônia de inauguração do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Em 1950, fez a primeira audição da Brasiliana No.5 de Radamés Gnattali na Europa, e no mesmo ano tocou no TMSP o Concerto No.5 de Mozart, em lá maior, com orquestra regida por Leon Kaniefsky. No ano seguinte, gravou dois 78-RPMs para a Chant du Monde, em Paris, com obras de Villa-Lobos (Festa no sertão, Vida formosa, Polichinelo, Plantio do caboclo, e Dança do índio branco), sendo essas as primeiras gravações comerciais de Schic.

Em 1952, teve que se retirar da França juntamente com seu primeiro esposo, Bernardo Rochwerger, e um grupo de sul-americanos, devido a tensões políticas relativas à cortina de ferro. Este afastamento foi provisório, pois, em 1953, apresentou em primeira audição na França (Sala Gaveau) o Concerto No.2 para piano e orquestra de Villa-Lobos, com a Orquestra da Sociedade de Concertos do Conservatório de Paris, sob regência do autor. Neste ano, fez a estreia mundial da Paulistana No.7 de Claudio Santoro em São Paulo. Nesta época, também solou o Momoprecoce de Villa-Lobos, sob sua regência, na Suíça.

Em 1954, interpretou o Concerto No.23 de Mozart no TMRJ, e apresentou em primeira audição o Ponteio No.24 de Guarnieri no TMRJ, em um recital que também conteve obras de Handel, Beethoven, Brahms, Villa-Lobos e Prokofieff. Em 1956, foi responsável pela coluna "Música erudita", da Folha de S. Paulo, escrevendo vários artigos sobre música e estética musical. Posteriormente seria colaboradora do Jornal da Tarde.

Em 1957, apresentou em primeira audição no Rio de Janeiro o 3º Concerto para piano de Kabalevsky, sob regência de Edoardo di Guarnieri, no TMRJ. Em 1959, gravou na União Soviética um LP com obras de Villa-Lobos (Choros No.5 “Alma brasileira”, A lenda do caboclo, Plantio do caboclo, e Ciranda No.11 “Nesta rua, nesta rua”), e Lorenzo Fernandez (Saudosa seresta), para o selo Aprelevka Planta / Accord. Ainda neste ano, apresentou-se no TMRJ com obras de Haydn, Schumann, Glazunov, Ravel e Villa-Lobos.

Pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) recebeu os seguintes prêmios: melhor programa do ano (1959/1960), e melhor recitalista do ano (1960/1961, e 1961/1962).

Em 1960, foi agraciada com a medalha Harriet Cohen (escolhida por um júri presidido por Pablo Casals) por suas apresentações na Inglaterra no ano anterior. Ainda em 1960, interpretou em concertos obras de Scarlatti, Mendelssohn, Schubert, Chopin e Villa-Lobos.

Em 1962, recebeu a Comenda Imperatriz Leopoldina, e a medalha Ricordi, e se apresentou como solista do Momoprecoce, de Villa-Lobos, com a Orquestra Sinfônica Nacional sob regência de Roberto Schnorrenberg, no TMRJ. Ainda neste ano, gravou para a CBS o LP “Ciclo Brasileiro”, com obras de Villa-Lobos (Ciclo Brasileiro completo), Mignone (Valsa de esquina No.9), Fructuoso Vianna (Jogos pueris), Guarnieri (Ponteios No.4 e No.39) e Santoro (Paulistana No.7), que ganhou o prêmio de melhor disco de música erudita brasileira do ano.

Em 1965, fez a primeira audição mundial da Seresta de Camargo Guanieri, a ela dedicada, como solista da Orquestra Pró-Música de São Paulo sob direção de Roberto Schnorremberg, e, em 1968, fez a primeira audição europeia desta peça, com a Orchestre de chambre de l'ORTF sob regência de André Girard, em Paris.

Em 1966, gravou para a CBS um LP com obras de Mendelssohn (diversas Canções sem palavras), Prokofieff (Sonata No.2), Debussy (Feux d’artifice) e Granados (Quejas o La maja y el ruiseñor), e, no mesmo ano, outro LP com obras de Schubert (Momento musical No.6, e Improvisos Op.90 No.3 e Op.142 No.2), e Brahms (Tema e variações em ré menor, Capricho Op.76 No.1 e Dança húngara No.17). Na mesma época gravou um LP com a Sonata No.17 de Mozart e a Sonata No.2 de Prokofieff.

Em 1967, apresentou-se no Theatro Municipal do Rio de Janeiro interpretando o Concerto em Fá de George Gershwin, obra que tocara em primeira audição na Tchecoslováquia. No mesmo ano, apresentou-se no ciclo “Panorama do piano brasileiro”, na Sala Cecília Meireles, que contou com a participação de diversos pianistas brasileiros.

Nas temporadas de 1967-68 e 1968-69, apresentou-se no Center for Inter-American Relations, em Nova York, interpretando compositores brasileiros como Villa-Lobos e Claudio Santoro. Trechos de suas apresentações foram reunidos em um LP americano lançado na década de 1970, contendo O plantio do caboclo e Festa no sertão, de Villa-Lobos, e a Paulistana No.7 de Santoro.

Integrou o júri de diversos concursos, como o 1° Concurso Nacional de Piano no Bahia (1958), III Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro (1962), IV Concurso Nacional de Piano da União dos Compositores do Brasil (1963), Concurso Internacional de Música Vianna da Motta (1964), IV Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro (1965), VII Concurso Nacional de Piano (1966), II Festival Nacional de Piano (1967), Concurso Debussy (na década de 1970, em Paris), e o "Licence de Concert", da École Normale de Musique.

A partir de 1971, voltou a residir em Paris, onde apresentou concertos explicativos e palestras sobre música contemporânea, além de receber orientação em musicologia de Michel Philippot (1925-1996), com quem se casou. Philippot foi responsável pela fundação do Departamento de Música no Instituto de Artes da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) em 1975. Nesta época, foi convidada a lecionar alta interpretação musical no Conservatório de Paris.

Nesta década, gravou a peça Francette et piá, de Villa-Lobos, para o livro-disco homônimo, com ilustrações de Marie Chartrain, que recebeu o prêmio “Loisirs jeune”, escolhido como o disco do ano para crianças.

Em 1972, estreou e gravou em Paris o Estudo No.1 de Jorge Antunes, e, no ano seguinte, estreou na Suíça a Sonata No.2 de Almeida Prado, ambas as peças a ela dedicadas. Neste ano, entrevistou Darius Milhaud para a Folha de S. Paulo, por ocasião dos 80 anos do compositor.

Dentre os muitos cursos públicos e palestras que Anna Stella realizou, figura o estágio sobre "Evolução da música no Brasil, das origens aos nossos dias", com ilustrações ao vivo, em Genebra, em novembro de 1973, sob os auspícios dos "Études et Rencontres Artistiques", que se repetiu em Paris para a École Normale de Musique. Também proferiu uma conferência ilustrada sobre música brasileira na Universidade de Munique, ex-República Federal da Alemanha.

Em 1974, apresentou-se na Sala Cecília Meireles (Rio de Janeiro), interpretando obras de Bach, Haydn, Brahms, Philippot, Prokofieff e Villa-Lobos, e neste ano apresentou-se em Paris interpretando o Concerto No.5 de Bach, e a Composição No.2 de Michel Philippot, com a Orchestre de chambre de l'ORTF sob regência de André Girard. O concerto foi gravado, e a peça de Philippot foi incluída em um CD dedicado ao compositor, em 1994, pelo selo Solstice.

Especialista na obra de Villa-Lobos, trabalhou diretamente com o compositor várias de suas peças. Nesta época, assinou contrato de gravações com a EMI (Pathé-Marconi), que resultou na primeira gravação integral da obra para piano de Villa-Lobos entre 1976 e 1977, lançados no Brasil em 1981 pela gravadora Eldorado, e posteriormente relançados em 8 CDs pela gravadora Solstice em 1992.

Em 1976, foi nomeada professora do Conservatório Europeu de Paris. Também foi professora de piano e de interpretação e virtuosidade na Universidade Musical Internacional, da mesma cidade. Neste ano, no Brasil, foi encarregada de organizar e dirigir o setor de ensino de piano do recém-inaugurado Instituto de Artes do Planalto, da UNESP, em São Bernardo do Campo (SP), e ministrou curso de interpretação pianística no Festival de Inverno de Campos do Jordão. ​

Em 1977, foi eleita para a Academia Brasileira de Música, ocupando a cadeira nº 26, cujo patrono é ​Euclides Fonseca. No mesmo ano, estreou a Sonata No.2 de Michel Philippot no IX Festival de Música de Curitiba.

Também deu aulas na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e, em 1979, ministrou cursos de estética e piano na UniRio.

Em reconhecimento a suas atividades como intérprete, e por suas contribuições à música brasileira, recebeu diversas medalhas e condecorações, como a Ordem do Ipiranga (1978), a Ordem do Mérito de Brasília e a Ordem Nacional das Artes e Letras.

Em 1980, gravou para a RGE um LP com duas paráfrases de Michel Philippot, a primeira sobre a Gymnopédie No.1 de Erik Satie, e a segunda sobre o tema popular brasileiro Anda à roda. Em 1981, apresentou-se na Sala Gaveau, em Paris, em um recital em homenagem a Philippot, interpretando sua Sonata No.1 para piano, que foi registrada em gravação não-comercial.

Tocou com diversas orquestras, como a Filarmônica Tcheca, da BBC de Londres, da Societé des Concerts Pasdeloup, da Suisse-Romande, do Estado da U.R.S.S, Süddeutscher Rundfunk de Stuttgart, e a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob regência de maestros como Ernest Mehlich, Camargo Guarnieri, Edoardo di Guarnieri, Eleazar de Carvalho, Charles Groves, Arthur Bosmans, Rafael Kubelik, Souza Lima e Michel Philippot.  

Em 1986, proferiu no MAM de São Paulo a palestra “A música francesa atual”, juntamente com Philippot, e, no ano seguinte, lançou na França o livro “Villa-Lobos, Souvenirs de l´Indien Blanc”, que foi traduzido para o português em 1989 sob o título "Villa-Lobos - O Índio Branco".

Em 1987, concedeu depoimento para o documentário "Villa-Lobos - O índio de casaca", com direção de Roberto Feith, e roteiro e texto de Álvaro Ramos. Anna Stella também aparece tocando trechos de Samba-lelê e O ginete do pierrozinho, na Sala Gaveau (Paris), em raras filmagens produzidas especialmente para o documentário. No mesmo ano, tocou na Americas Society em Nova York um recital inteiramente dedicado a Villa-Lobos, por ocasião do centenário do compositor.

Em 1988, gravou em CD o Quinteto, de Michel Philippot, para violino, flauta, clarineta e violoncelo e piano, com o grupo Atelier Musique de Ville d'Avray.

Em 1991, gravou a Sonata Op.6 e os raros 6 Prelúdios e Fugas Op.35 de Mendelssohn, para o selo Solstice, e, em 1994, gravou um CD inteiramente dedicado a George Gershwin, incluindo 18 de suas canções e a Rhapsody in Blue, em arranjos para piano solo, os três Prelúdios e o Improviso em duas tonalidades.

Em 1995, a Funarte lançou o CD “Piano brasileiro” contendo gravações de vários pianistas realizadas para a Rádio MEC entre 1959 e 1977, incluindo gravações inéditas de Anna Stella Schic interpretando Jogos pueris de Fructuoso Vianna, Ponteio No.4 de Guarnieri, Prelúdios No.1 e No.4 (No. 1.21) de Claudio Santoro, e Festa no sertão de Villa-Lobos.

Em novembro de 1997, após alguns anos afastada dos palcos, apresentou-se no Rio de Janeiro, durante o Festival Villa-Lobos, pela última vez, encerrando uma longa carreira de quase 70 anos como concertista.

Em 2000, recebeu em Campinas o título de Cidadã Emérita e a Medalha Carlos Gomes, e, em agosto de 2001, foi homenageada pela Câmara Municipal desta cidade, ocasião em que o pianista Fernando Lopes interpretou os 24 estudos de Chopin. No mesmo ano, lançou na França o livro “Un piano, une vie: chroniques de mon temps” [Um piano, uma vida: crônicas de meu tempo].

Em 2002, participou da Conferência Internacional Villa-Lobos, em Paris, apresentando a palestra “Memórias de Villa-Lobos”, e, em 2003, publicou na França o livro sobre técnica pianística L'École Liszt [A escola de Liszt], escrito originalmente em português, e traduzido para o francês.

Faleceu em 1º de fevereiro de 2009, em Nice, França, onde residia desde 1971.

Ao longo de sua vida, diversas peças foram dedicadas a Anna Stella Schic, como um grande sinal de reconhecimento por parte dos compositores: Toada No.6, de Fructuoso Vianna; Sonata No.2, Paulistana No.3, Prelúdios No.27 e No.28, de Claudio Santoro; Ponteio No.4, e Seresta para piano e orquestra, de Camargo Guarnieri; Prelúdio e Fuga, de Edino Krieger; Sonata No.2, de Almeida Prado; Composição para piano No.6, de Michel Philippot; Elegia à Memória de D. Herculana de Carvalho, de Fernando Lopes-Graça; e o 5ª Álbum do Guia prático (contendo Os Pombinhos, Você diz que sabe tudo, Có-có-có, O bastão ou Mia gato, e A condessa), de Heitor Villa-Lobos.